quarta-feira, 28 de novembro de 2007

CAIS

Vanja Lúcia Freitas dos Reis
AFLAM - Cadeira 29

Parada no cais eu vivo
Do porto a velar barcos em velas,
Pescando amores correntes,
Na âncora da solidão escorrego.

Nadando contra o tempo,
Remando em noites frias,
Jogando a isca na maré das paixões...
Banhadas de fantasias.

Na turbulências das ondas a correr,
Em idas e voltas os mares a vazar
Na ressaca dos amantes vejo amores,
Afogados em bússola ao mar.

As águas lavam meus sonhos,
Os rumos da maresia em espumas;
Há uma lua cheia que bilha e me fita,
Na noite nua e crua.

No cais de onde nunca paro,
Sonhando com outros faróis,
Talvez bem distante alcance,
Do outro porto meu cais.

E assim dispo-me,
Como uma sereia de top less,
A colher dos sonhos, jogo a rede
Na pesca das ilusões navego...


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