quarta-feira, 28 de novembro de 2007

FOLHAS DE OUTONO

Dulce Aguiar Cavalcante
 AFLAM - Cadeira 18


Lágrimas, estas,
sim, sabem flar
de ausências líquidas,
correm entre paralelas,
entendem as diferentes distâncias,
enveredam-se pelas lembranças
e rolam de cabeceras fofas de musgo,
vão entrincheirar-se
em montanhas tépidas,
ou num lago sereno
avolumar-se.

Não se guardam lágrimas
quando as enlaçam
de doce saudades.
E quantas vãs lembranças
a elas se perdem!
Se caem pesadas
são como chuvas de verão,
corem rápidas para o mar.
Se passageiras, são como a briza,
rangem as folhas de outono
que rolam, sem deixar vestígios,
para algum lugar.


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