sábado, 22 de novembro de 2008

POLTRONA AZUL

TITULO: POLTRONA AZUL

AUTOR:
 Dulcinéa Aguiar Cavalcante


EDITORA: 
Expressão Gráfica - Fortaleza-CE 


ANO DA PUBLICAÇÃO: 
2008 


Nº DE PÁGINAS: 
117 


CAPA: 
Renata Denipoti e Samuel Cavalcante


   SINTESE DA OBRA: Quando sou convidado para prefaciar uma obra lírica em que a poesia canta a existência e a alma banha-se nas espumas brancas do mar, sou arrastado pela correnteza lírica que embala sonhos e escreve poemas que imortalizam o pensamento, colocando tinta nas cores da imaginação. Falo da obra da poetisa Dulcinéa Aguiar. Prima, amiga, companheira de infância, na casa de meu avô Aguiar, em Cedro, ou em sua casa, na Praça da Matriz, em Iguatú-CE. Tempos bons em que as recordações nos chegam falando de paz, das retretas no coreto da pracinha, das serenatas banhadas de luar, dos festejos juninos ou do padroeiro. Era o tempo em que o romantismo humanizava a matéria não cedendo espaço à violência e ao desamor.
  É com esse substrato de vivência que Dulcinéa “afunda os pés na espuma branca, na inconsistência das ondas, nas encostas do tempo, onde os séculos se enfileiram”. É a menina descalça das estradas dos sertões do Jaguaribe trazendo as relembranças dos “pingos d água... que só caem, só molha o chão de pedra do sertão. Só abrandam a secura da alma do homem da roça e da argamassa de que é feito, desfranzindo seu cenho, e, pondo na aridez de sua boca, um molhado sorriso.” Passeia com maestria do telúrico no lírico que, enfeitiçando olhos, marcam momentos e destinos.  A autora desvenda o instante mágico do tempo quando diz: “esses olhos atentos, catalisadores, vêem o silêncio cortados em fatias espalhadas pelo telhado, à sombra da poesia”. Mergulhei na leitura dos seus verso e, após a imersão, voltei à superfície com o frescor e a leveza de ser, de ser gente que se emociona e resiste ao mundo-máquina, escrevendo amor em cada vida.Para concluir, mais uma vês recorro à sua poesia para transcrever suas indagações interiores: “Resta-me, então, desejar ter nada e ser tudo? Ou errar entre ser nada  e ter tudo? Qual o mais impreciso? Creio na eterna busca do ser humano por ser sangue, carne, osso, ser éter para muitos, retendo apenas a minha ambigüidade na amplitude do cosmo”. As respostas estão na essência da poetisa: a de ser sempre correnteza de esperança no rio cheio de solidariedade, leito onde os sentimentos navegam até a foz da eternidade. Na Poltrona Azul ficaremos todos nós, sorvendo cada poesia, encharcando-nos de humanismo, colhendo lições existenciais, reenergizando a matéria para os embates do cotidiano. Quem conhece Dulcinéa a revê em cada verso. Quem não a conhece, ao ler sua obra, terá diante dos olhos o desenho de sua imagem.

Ubiratan Aguiar 
Poeta
Presidente do TCU
Tribunal de Constas da União

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