quarta-feira, 28 de novembro de 2007

CAÇANDO TATU E AVOANTE

Maria José Araújo Melo de Sousa
AFLAM – Cadeira 11
            A aventura de assar tatu e avoante é inesquesível.
            O tatu todo mundo já sabe, é um bichinho que vive cavando buracos. Aliás, ele mora em buracos feitos no chão. Tem um casco duro, as unhas grandes. A carne é muito apreciada no sertão.
            Agora estou me lembrando, quando a gente estava com as unhas grandes, “Bela” (nossa madrasta) chamava para  cortar e dizia:
- Vem cortar essas unhas grandes e sujas, meninos. Parecem unhas de tatu.
            Pois bem, papai gostava muito de caçar tutu. Pegava uma velha espingarda que tinha pendurada na  parede, botava a munição e saiamos para a caça. Ìamos procurando o rastro do bicho, e meu pai, como era um caçador experiente, ia olhando, procurando os buracos onde eles se escondiam.

            Quando localizavamos um, era uma festa só. O tatu, quando farejava a presença da gente, ia cavando... cavando mais rápido ainda, tentando fugir. Se o caçador não for bom, ele (o tatu) foge mesmo. Jogavamos água no buraco, puxávamos no rabo dele, mas o bicho é arisco, esperto. Às vezes eles escapavam e nós voltávamos sem nada. Quando  pegávamos um, levávamos para casa e minha madrasta tatrava-o, tirava-lhe o casco, botava a carne para cosinhar. A carne do tatu é muito saborosa.
            Já a caçada às avoantes (no sertão a gente chama rolinha, avoante) se constitui em outro passeio muito agradável e é boa fonte de alimentação para o sertanejo.
            Na época das avoantes, os caçadores, aos bandos, a pé, de carro, de jeep, enchem os bornós e se passam de mato adentro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário