Symara Tâmara Fernandes Carlos
AFLAM - Cadeira 3
AFLAM - Cadeira 3
Que a leitura é de extrema importância para o desenvolvimento intelecto-social do ser humano, isso já é lugar-comum. O célebre e conhecido pensamento do filósofo francês René Descartes foi intencionalmente modificado, ganhando uma nova conotação para ressaltar o fato de a leitura ser essencial para a formação do conhecimento, a abertura para novos horizontes, sendo assim parte importante de uma pessoa enquanto ser social participativo, formador e detentor de opinião.
Devido a vários fatores, entre eles o histórico-educacional, visto que somos um povo de composição histórica repleta de invasões (invadidos, e não descobertos), corrupções (em todas as épocas da história do Brasil), o que acontece é que, de fato, no Brasil não houve uma preocupação em torno de uma formação educacional. Até o século XIX, somente a minoria da população das mais elevadas classes sociais tinha direito a frequentar as salas de aula. Para os afrodescendentes, por exemplo, mesmo com o fim da escravidão, as condições de ingressar na educação formal eram mínimas. Somente a partir do século XX, a educação passou a fazer parte de um número mais significativo de brasileiros. No entanto, havia muitas restrições, descendentes de escravos e populações indígenas, pessoas de baixa renda, mulheres, portadores de necessidades especiais, ainda muitos estigmatizados. Isto implica em dizer que apesar dos processos evolutivos, a prioridade para a educação ainda é restrita no maior país da América Latina, não somos um povo de tradição em educação. Com essa formação educacional ao longo da história, é de se esperar que o Brasil não seja um país de leitores.
Partindo desse princípio, começa o grande desafio de todos os educadores, e ao contrário do que prega a crença, não só dos educadores da área de Língua Portuguesa nem das “tias”, como são conhecidas as pedagogas das crianças das séries iniciais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) são enfáticos nesse aspecto: “A língua, sistema de representação do mundo, está presente em todas as áreas de conhecimento. A tarefa de formar leitores e usuários competentes não se restringe, portanto, à área de Língua Portuguesa, já que todo professor depende da linguagem para desenvolver os aspectos conceituais de sua disciplina. (...) Muito do fracasso dos objetivos relacionados à formação de leitores e usuários competentes da língua escrita é atribuído à omissão da escola e da sociedade diante da questão tão sensível à cidadania”.
O que é ler? A professora Raquel Villardi, autora do livro Ensinando a Gostar de Ler e Formando Leitores para a Vida Inteira, responde rapidamente essa pergunta da seguinte forma “a princípio, tendemos a considerar que ler é “reconhecer palavras”, decodificar, ou seja, sabe ler quem é alfabetizado”. Ainda no mesmo parágrafo, a autora afirma que, na verdade, a leitura só se realiza quando somos capazes de atribuir sentido ao que foi decodificado, o que também é defendido pelo linguista e professor da UFMG, Mário Perini, que comenta em sua obra sobre um aspecto comprometedor da leitura: o analfabetismo funcional, que segundo ele, o indivíduo sabe escrever o próprio nome, sabe reconhecer o nome, mas não é capaz de tirar informação de uma página escrita, embora oralmente ele tenha domínio dessa informação, como uma notícia de jornal, por exemplo. Perini aponta que se o livro didático não trouxer uma linguagem adequada para cada série, pode implicar na má formação do aluno enquanto leitor e conclui que o fracasso na leitura leva as pessoas a terem opiniões sobre leitura como: “leitura não é pra mim”, ou “não gosto ou não preciso ler”, o que as pessoas não têm coragem de assumir é que, na verdade, não sabem ler.
Muitos hão de concordar com a professora e autora Raquel Villardi, quando ela afirma que “muito se tem falado acerca da importância da leitura, mas muito pouco se tem feito para instrumentalizar o professor para a realização desse trabalho”. É certo que as políticas de incentivo à leitura ainda deixam grandes lacunas, mas cada professor, em sua sala de aula, por que não fazer valer a pena o seu ofício de ser mediador do conteúdo? Porque não esquecer a escuridão do quadro negro e levar os alunos à luz do conhecimento, afastando as carteiras da sala para sentar no chão e ler? Por que não usar diversos gêneros textuais? Porque não usar a poesia, a música, as artes em geral para dar aula de leitura? Fazer leituras diferentes? Para ensinar aos jovens, é preciso antes de tudo ser jovem, se atualizar, certamente os jovens compreenderão a mensagem e mostrarão interesse, pois o que eles desenvolverem terá sentido, a leitura, o estudo, terão sentido. Como bons leitores, conhecerão melhor o mundo em que vivem e nele intervir, passam a “existir”. Pode parecer utópico, mas é muito mais real do que se imagina.
Devido a vários fatores, entre eles o histórico-educacional, visto que somos um povo de composição histórica repleta de invasões (invadidos, e não descobertos), corrupções (em todas as épocas da história do Brasil), o que acontece é que, de fato, no Brasil não houve uma preocupação em torno de uma formação educacional. Até o século XIX, somente a minoria da população das mais elevadas classes sociais tinha direito a frequentar as salas de aula. Para os afrodescendentes, por exemplo, mesmo com o fim da escravidão, as condições de ingressar na educação formal eram mínimas. Somente a partir do século XX, a educação passou a fazer parte de um número mais significativo de brasileiros. No entanto, havia muitas restrições, descendentes de escravos e populações indígenas, pessoas de baixa renda, mulheres, portadores de necessidades especiais, ainda muitos estigmatizados. Isto implica em dizer que apesar dos processos evolutivos, a prioridade para a educação ainda é restrita no maior país da América Latina, não somos um povo de tradição em educação. Com essa formação educacional ao longo da história, é de se esperar que o Brasil não seja um país de leitores.
Partindo desse princípio, começa o grande desafio de todos os educadores, e ao contrário do que prega a crença, não só dos educadores da área de Língua Portuguesa nem das “tias”, como são conhecidas as pedagogas das crianças das séries iniciais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) são enfáticos nesse aspecto: “A língua, sistema de representação do mundo, está presente em todas as áreas de conhecimento. A tarefa de formar leitores e usuários competentes não se restringe, portanto, à área de Língua Portuguesa, já que todo professor depende da linguagem para desenvolver os aspectos conceituais de sua disciplina. (...) Muito do fracasso dos objetivos relacionados à formação de leitores e usuários competentes da língua escrita é atribuído à omissão da escola e da sociedade diante da questão tão sensível à cidadania”.
O que é ler? A professora Raquel Villardi, autora do livro Ensinando a Gostar de Ler e Formando Leitores para a Vida Inteira, responde rapidamente essa pergunta da seguinte forma “a princípio, tendemos a considerar que ler é “reconhecer palavras”, decodificar, ou seja, sabe ler quem é alfabetizado”. Ainda no mesmo parágrafo, a autora afirma que, na verdade, a leitura só se realiza quando somos capazes de atribuir sentido ao que foi decodificado, o que também é defendido pelo linguista e professor da UFMG, Mário Perini, que comenta em sua obra sobre um aspecto comprometedor da leitura: o analfabetismo funcional, que segundo ele, o indivíduo sabe escrever o próprio nome, sabe reconhecer o nome, mas não é capaz de tirar informação de uma página escrita, embora oralmente ele tenha domínio dessa informação, como uma notícia de jornal, por exemplo. Perini aponta que se o livro didático não trouxer uma linguagem adequada para cada série, pode implicar na má formação do aluno enquanto leitor e conclui que o fracasso na leitura leva as pessoas a terem opiniões sobre leitura como: “leitura não é pra mim”, ou “não gosto ou não preciso ler”, o que as pessoas não têm coragem de assumir é que, na verdade, não sabem ler.
Muitos hão de concordar com a professora e autora Raquel Villardi, quando ela afirma que “muito se tem falado acerca da importância da leitura, mas muito pouco se tem feito para instrumentalizar o professor para a realização desse trabalho”. É certo que as políticas de incentivo à leitura ainda deixam grandes lacunas, mas cada professor, em sua sala de aula, por que não fazer valer a pena o seu ofício de ser mediador do conteúdo? Porque não esquecer a escuridão do quadro negro e levar os alunos à luz do conhecimento, afastando as carteiras da sala para sentar no chão e ler? Por que não usar diversos gêneros textuais? Porque não usar a poesia, a música, as artes em geral para dar aula de leitura? Fazer leituras diferentes? Para ensinar aos jovens, é preciso antes de tudo ser jovem, se atualizar, certamente os jovens compreenderão a mensagem e mostrarão interesse, pois o que eles desenvolverem terá sentido, a leitura, o estudo, terão sentido. Como bons leitores, conhecerão melhor o mundo em que vivem e nele intervir, passam a “existir”. Pode parecer utópico, mas é muito mais real do que se imagina.
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