Ângela Mª Cunha Fausto de Medeiros
AFLAM – Cadeira 20
AFLAM – Cadeira 20
Antes que fale ou me venha à mente outros momentos de minha existência, não podia deixar de comentar um pouco o lugar onde passei a minha primeira infância: Caravelas, uma cidade portuária ao sul da Bahia, onde aprendi minhas primeiras letras, extrai meus primeiros dentes e ganhei, que me recorde, minha primeira boneca.
Naquela época, não dava para sentir ainda a importância que o cais representava aquele vilarejo.
Navios cargueiros ali ancoravam para comercializar a madeira trazida de um lugar longínquo – Amazonas à Bahia.
Eram madeiras de lei. Seus troncos eram tão grossos que sua estilha tinha uma grandeza física relevante.
A profundidade das águas do cais permitia a sobrevivência dos tubarões pela quantidade de lambaris ali existentes e garantia também a elevação do custo de vida através da pesca as espécies de grande porte pelos pescadores mais gananciosos.
O mangue, que ficava em área justamarítimas, também garantia o trabalho aos pescadores.
Suas arvores não tinham raízes escoras e suas flores se apresentavam em cachos.
Seu solo de lama escuro e mole, pintava com artifício o corpo dos que dali tiravam seu sustento.
Seus crustáceos eram os mais variados da costa. Caranguejos, goiamuns, camarão, lagosta, craca e tatuí.
Na madrugada, a cruviana vinha chegando e a cruzada dos pescadores se iniciava contra o analfabetismo.
No porto tinha os cabarés onde os mundanos levavam uma vida desregrada. Quanta libertinagem!
O crupiê durante o dia era um bom náutico.
Caravelas era assim, bela, misteriosa, fascinante.
Em lado oposto ao mar, uma mata espessa abrigava onças, cotias, cobras venenosas e jacarés.
No centro da cidade, alias não havia centro, apenas duas ruas que existiam davam acesso a igreja matiz.
Tinha um grupo municipal, o Cine Coca-Cola, que era propriedade de meu pai, algumas dezenas de casas e uma loja.
No dia da padroeira, Nossa Senhora , ia velejar nos barcos que levavam amarrados aos mastros, bandeiras multicores e o mais antigo instrumento de suplicio. Com a cruz e a água, o capelão abençoava a todos que ali moravam.
Naquela época, não dava para sentir ainda a importância que o cais representava aquele vilarejo.
Navios cargueiros ali ancoravam para comercializar a madeira trazida de um lugar longínquo – Amazonas à Bahia.
Eram madeiras de lei. Seus troncos eram tão grossos que sua estilha tinha uma grandeza física relevante.
A profundidade das águas do cais permitia a sobrevivência dos tubarões pela quantidade de lambaris ali existentes e garantia também a elevação do custo de vida através da pesca as espécies de grande porte pelos pescadores mais gananciosos.
O mangue, que ficava em área justamarítimas, também garantia o trabalho aos pescadores.
Suas arvores não tinham raízes escoras e suas flores se apresentavam em cachos.
Seu solo de lama escuro e mole, pintava com artifício o corpo dos que dali tiravam seu sustento.
Seus crustáceos eram os mais variados da costa. Caranguejos, goiamuns, camarão, lagosta, craca e tatuí.
Na madrugada, a cruviana vinha chegando e a cruzada dos pescadores se iniciava contra o analfabetismo.
No porto tinha os cabarés onde os mundanos levavam uma vida desregrada. Quanta libertinagem!
O crupiê durante o dia era um bom náutico.
Caravelas era assim, bela, misteriosa, fascinante.
Em lado oposto ao mar, uma mata espessa abrigava onças, cotias, cobras venenosas e jacarés.
No centro da cidade, alias não havia centro, apenas duas ruas que existiam davam acesso a igreja matiz.
Tinha um grupo municipal, o Cine Coca-Cola, que era propriedade de meu pai, algumas dezenas de casas e uma loja.
No dia da padroeira, Nossa Senhora , ia velejar nos barcos que levavam amarrados aos mastros, bandeiras multicores e o mais antigo instrumento de suplicio. Com a cruz e a água, o capelão abençoava a todos que ali moravam.
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