Symara Tâmara Fernandes Carlos
AFLAM - Cadeira 3
AFLAM - Cadeira 3
Ser professor com certeza não é tarefa das mais fáceis, isso porque ser professor mesmo vai muito além de reproduzir o que há nos livros didáticos, ser professor é ser educador, mediador do conhecimento, o que já é lugar-comum para nós licenciados, é de fato saber passar os conteúdos didáticos, mas nem sempre é disso que os nossos jovens precisam. Ser professor mesmo, de verdade, é ser um pouco de psicólogo, é encarnar um Napoleão Bonaparte ou um imperador romano para que a aula de história seja interessante, é ser Einstein na aula de física, é ter a sensibilidade dos poetas na aula de Literatura, enfim, o oficio de ser professor é uma atividade um tanto poética, e esse é o charme e o encantamento da profissão.
Ser professor das séries iniciais é algo um tanto especial, participar da formação intelectual desde as primeiras palavras ditas por um indivíduo, segurar sua mão para que ele aprenda o desenho das letras, dos números, apresentar a ele as primeiras cores e formas, descortinar o mundo para ele, acompanhar suas descobertas, nos faz incorporar, involuntariamente, o instinto maternal. Sinto falta da sala de aula de vez em quando. Tanto das turmas adolescentes, onde também acompanhamos, e até compartilhamos, dos momentos de descobertas. Sinto falta também dos pequeninos, de quando fui “tia” numa turma de quarto ano de ensino fundamental, minha primeira experiência em sala de aula. E foi justamente nessa turma que aconteceu um fato interessante, engraçado. A espontaneidade dos alunos muitas vezes arranca risos dos professores.
Certa vez estávamos, eu e meus pequenos alunos, a média de idade deles era de seis a sete anos, num momento de atividade lúdica, e eu comecei a instigá-los, fazendo a clássica pergunta “o que você quer ser quando crescer?”, só para ver a quantas andava o pensamento dos meus alunos com relação ao futuro. Umas responderam que queriam ser médica como o pai, professora como a mãe, mas um foi interessante, eu perguntei, e você, já sabe o que quer ser quando crescer? Ele me respondeu meio que titubeando nas palavras, visto que a profissão que escolhera era um tanto estranha e de nome mais estranho ainda: “Tia, quero ser orni – ornitorrincolaringologista!” E disse assim, com toda empolgação, o espanto foi geral e a risada também.
Eu perguntei novamente, e a resposta foi a mesma, taxativa – “ORNITORRINCOLARINGOLOGISTA”. Eu fiquei ainda tentando entender que profissão seria essa, fiz a análise da palavra – e expliquei-lhe que ornitorrinco era um animal, mas ele me interrompeu e disse “não tia, mas é médico que cuida da garganta, não é de animal”, então entendi que se tratava do profissional que cuida da garganta, laringe, ouvidos e aparelho olfativo, e falei: ah! Então o nome do profissional é otorrinolaringologista, e ele concordou, respondendo: “sim, tia, é isso, é que eu errei o nome”.
Muitas vezes, precisamos instigar nossos jovens, provocá-los à reflexão e a pensar no futuro, embora seus sonhos sejam um tanto infantis, nunca devemos dizer que são utópicos demais, todo grande feito foi, antes de tudo, uma utopia. O grande sentido da nossa profissão é poder alimentar e dar asas aos sonhos dos jovens e fazê-los entender que seus sonhos, quando transformados em objetivos, podem fazer a revolução, uma revolução silenciosa e sutil, através da transmissão do conhecimento. E o sucesso profissional dos nossos alunos traduz a nossa sensação de dever cumprido. Quanto ao meu pequeno otorrino(ornitorrinco)laringologista, daqui a alguns anos quero encontrá-lo vestido num jaleco branco, cuidando de gargantas.
Ser professor das séries iniciais é algo um tanto especial, participar da formação intelectual desde as primeiras palavras ditas por um indivíduo, segurar sua mão para que ele aprenda o desenho das letras, dos números, apresentar a ele as primeiras cores e formas, descortinar o mundo para ele, acompanhar suas descobertas, nos faz incorporar, involuntariamente, o instinto maternal. Sinto falta da sala de aula de vez em quando. Tanto das turmas adolescentes, onde também acompanhamos, e até compartilhamos, dos momentos de descobertas. Sinto falta também dos pequeninos, de quando fui “tia” numa turma de quarto ano de ensino fundamental, minha primeira experiência em sala de aula. E foi justamente nessa turma que aconteceu um fato interessante, engraçado. A espontaneidade dos alunos muitas vezes arranca risos dos professores.
Certa vez estávamos, eu e meus pequenos alunos, a média de idade deles era de seis a sete anos, num momento de atividade lúdica, e eu comecei a instigá-los, fazendo a clássica pergunta “o que você quer ser quando crescer?”, só para ver a quantas andava o pensamento dos meus alunos com relação ao futuro. Umas responderam que queriam ser médica como o pai, professora como a mãe, mas um foi interessante, eu perguntei, e você, já sabe o que quer ser quando crescer? Ele me respondeu meio que titubeando nas palavras, visto que a profissão que escolhera era um tanto estranha e de nome mais estranho ainda: “Tia, quero ser orni – ornitorrincolaringologista!” E disse assim, com toda empolgação, o espanto foi geral e a risada também.
Eu perguntei novamente, e a resposta foi a mesma, taxativa – “ORNITORRINCOLARINGOLOGISTA”. Eu fiquei ainda tentando entender que profissão seria essa, fiz a análise da palavra – e expliquei-lhe que ornitorrinco era um animal, mas ele me interrompeu e disse “não tia, mas é médico que cuida da garganta, não é de animal”, então entendi que se tratava do profissional que cuida da garganta, laringe, ouvidos e aparelho olfativo, e falei: ah! Então o nome do profissional é otorrinolaringologista, e ele concordou, respondendo: “sim, tia, é isso, é que eu errei o nome”.
Muitas vezes, precisamos instigar nossos jovens, provocá-los à reflexão e a pensar no futuro, embora seus sonhos sejam um tanto infantis, nunca devemos dizer que são utópicos demais, todo grande feito foi, antes de tudo, uma utopia. O grande sentido da nossa profissão é poder alimentar e dar asas aos sonhos dos jovens e fazê-los entender que seus sonhos, quando transformados em objetivos, podem fazer a revolução, uma revolução silenciosa e sutil, através da transmissão do conhecimento. E o sucesso profissional dos nossos alunos traduz a nossa sensação de dever cumprido. Quanto ao meu pequeno otorrino(ornitorrinco)laringologista, daqui a alguns anos quero encontrá-lo vestido num jaleco branco, cuidando de gargantas.
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