![]() AUTOR: Maria Conceição Maciel Filgueira EDITORA: Fundação Vingt-un - Coleção Mossoroense ANO DA PUBLICAÇÃO: 2006 Nº DE PÁGINAS: 258 CAPA: Carlos Antonio de Filgueiredo (Careca) | |
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SINTESE DA OBRA: [...] Trata-se de um estudo acadêmico, sério e competente, a cerca das tramas que se urdem nos espaços da academia e dos fios que a ligam ao mundo da política. Em jogo a questão da legitimação do puder de um importante clã familiar do sertão nordestino. Em suas abordagens, Conceição Maciel se vale de conceitos clássicos e modernos da ciência política ao lado de um amplo levantamento documental, alicerçada em entrevistas, matérias jornalísticas, depoimentos e observação direta. Sem se deixar envolver no clima emocionalmente tenso das disputas de poder, a autora faz uma análise crítica e incisiva, apontando manobras e desvios éticos da função acadêmica em linguagem sombria e equilibrada. Mas, em nenhum momento ela cede à tentação de emitir juízos de valor, ou condenar pessoas, grupos ou facções. Seu investimento se dá em outro registro: o de apontar analiticamente, com riqueza factual e rigor conceitual, os avatares contraditórios de um jogo de poder que se vale de recursos materiais e simbólicos, de astúcia e força, para usar a expressão de inolvidável mestre florentino, com o objetivo de exercer a direção normal e intelectual de uma certa formação social e cultural e legitimar uma dominação em constante metamorfose. Evitando lugares-comuns e elegendo o caminho acidentado e imprevisível da análise, do real em sua efetividade, a autora descobre pistas surpreendentes e contrárias ao senso comum. Assim, as relações entre poder político e economia se dão através de medidas sutis que não se revelam em sua forma aparencial; da mesma forma a posição progressista e "situacionismo conservador” terminam por sem identificar pelos mesmos métodos aliciamento e exercício do poder. Por fim, é oportuno consignar que o objetivo da autora se dá, também, no registro da esperança: dias melhores virão em que a Universidade atingirá a sua tão sonhada maturidade acadêmica. Parece-nos que o tempo abreviou aquilo que talvez, Conceição vislumbrasse para um futuro distante: a maturidade certamente chegou, sem que, no entanto, a velharia incômoda tivesse sido completamente rejeitada. Maturidade acadêmica certamente significa maior autonomia das funções intelectuais; disfarçado nas sombras do animal humano, porém, o Centauro ávido de sangue nos espreita.
José Antonio Espinelli Lindoso
Professor de Ciências Sociais da UFRN |
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
DOMINAÇÃO POLÍTICA E UNIVERSIDADE
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