quarta-feira, 28 de novembro de 2007

UM OLHAR SOBRE O IDOSO: Percepções sobre a velhice em Mossoró.

TITULO: UM OLHAR SOBRE O IDOSO: Percepções sobre a velhice em Mossoró.

AUTOR:
 Izaíra Thalita da Silva Lima

EDITORA: 
Coleção Mossoroense

ANO DA PUBLICAÇÃO: 
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Nº DE PÁGINAS: 
136

CAPA: 
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   COMENTÁRIO SOBRE A OBRA/AUTORA: Este é um livro que fala de gente, portanto, uma obra emocionante, envolvente, que nos cativa logo nas primeiras páginas. Uma coletânea de reportagens feitas pela jovem jornalista Izaíra Thalita sobre a frágil relação entre o idoso e a sociedade. Uma jovem tratando com maturidade um assunto que é abordado quase sempre superficialmente. Capítulos que falam de amor, solidão, de conquistas e dívidas que a sociedade tem com a chamada Melhor Idade. Um bom manual para os que estão entrando nessa fase e para todos que precisam entendê-la, independente da idade. Não bastassem os aspectos abordados nas matérias, a autora se embrenhou nos bastidores da notícia para permitir ao leitor o conhecimento mais profundo da vida dos que passam a ser "sessentões".
       Uma das coisas mais interessantes de se notar em UM OLHAR SOBRE O IDOSO é justamente a exploração de temas considerados delicados e até proibitivos, como sexualidade, morte, preconceitos, políticas públicas. As palavras são minuciosamente trabalhadas para que saibamos como vivem ou devem viver os idosos, o que eles sentem, o que esperam dos que ainda gozam a mocidade. E Izaíra soube bem empregar cada frase, cada oração.
       Entendeu que é preciso não só agir com sutileza para evitar a banalização, mas, sobretudo, expressar com firmeza os direitos que são negados velada ou escancaradamente. Buscando a percepção sobre a velhice, encontraremos informações sobre doenças comuns nesta etapa da vida; direitos; estatísticas e dicas como viver melhor. Material para estudo e aplicação no nosso dia-a-dia.

        A incrível história de dona Maria Artezira, 80, e seu Abidon, 75, recém-casados, caracteriza não apenas resistência ao tempo. É a prova de que o passar dos anos é, digamos, apenas uma questão de tempo. O amor não conhece a velhice, ignora as rugas e as dificuldades de locomoção se tornam insignificantes ante a grandeza do sentimento. O relato é, pois, uma lição de vida. Não vou me atrever a aprofundar a avaliação da obra. Seria ousadia demais, além do que, deixarei o gostinho da descoberta para o leitor. Posso adiantar que ele encontrará boa ilustração nas fotografias expressivas de Fred Veras e uma excelente leitura. A versatilidade do texto provoca aquela vontade de ler até o fim.
       Conheci Izaíra ainda menina, sem nenhum exagero. Fomos vizinhas, parentes por afinidade, como se diz no interior. Crianças na mesma cidade de Areia Branca, acompanhei seus primeiros passos na vida. Alguns anos mais tarde, a vi crescer no jornalismo, coincidentemente, escrevendo sobre uma outra importante fase da vida: a adolescência. Daí, foi testemunhar sua promoção e trabalho como editora-chefe do Jornal O Mossoroense e, mais para frente, virar leitora de carteirinha dos textos sempre humanitários, sociais, cidadãos, no De Fato. Agora, a descubro escritora. De resto, é dizer que me sinto duplamente privilegiada por ter lido o livro praticamente em formação e por ter sido escolhida para apresentá-lo.


AGLAIR ABREU
Jornalista

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